Sunday, November 13, 2005

Pedaços de vidro numa gravata

Sais do trabalho em mais um dia igual a tantos outros. Vês o romeno à porta do edificio a vender aqueles quadros (que no teu entender ate têm pinta) apanhas a carreira 23 - sempre a mesma carreira sempre as mesmas pessoas sempre os mesmos lugares - até à estação do Metro.
Vives num constante vai-vem de faces paisagens cheiros sons até que começas a perder a sensibilidade.
Mero peão de um mundo odioso que quer girar rápido demais correr rápido demais... o abismo não pode esperar!!
Chegas a casa... pousa a mala desaperta o nó da gravata que quase te afoga que quase te mata.
Olha-te no espelho, parte essa cara que está à tua frente recolhe os vidros e mete-os no bolso (todos, que nenhum fique para trás)...

Vai...

(o que te afoga e o que te mata
não é a gravata)

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